segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Buscas

Não sou um aficcionado pela técnica, na música. O que realmente me move a criar nesse universo é uma busca diferente. Sou verdadeiramente apaixonado pelo formato pop. Esse formato foi, praticamente, depurado por caras como os Beatles: músicas de até três minutos, introdução, bridges e refrão. Os próprios temas encontravam-se dentro de um universo mais ou menos restrito de opções: na maioria das vezes falavam sobre relações amorosas, bem ou mal sucedidas. Com o tempo, esses e outros caras “desvirtuaram” o formato, introduzindo novas temáticas e elementos, o que acabou por contribuir para o seu desenvolvimento e renovação.
Apesar de parecer um pouco restrito, o “formato pop” é, a meu ver, o que proporciona as melhores descobertas. Ao lidar com ele estamos buscando algum tipo de entendimento – ou tentativa de – do que passa pela cabeça dos outros, o que sempre é um bom exercício. E isso é o que me move, é a minha paixão e minha busca na música.
O curioso em nossa trajetória é que as nossas músicas que me parecem melhor traduzir essas buscas frequentemente não fazem muito sucesso, entendido como resultado em vendas e execução de rádio. Talvez a nossa tradução não ande muito boa. Por outro lado, as rádios, em geral, também não andam (é difícil encontrar alguém que “vista a camiseta” de uma rádio hoje em dia, ou não? Há pouco tempo atrás, nem tanto). Quanto às vendas, bom, quase ninguém anda vendendo bem hoje em dia.
O sucesso pode ser visto por diversos prismas, tantos quanto as suas “fórmulas”, mas eu descobri que tenho uma: fazer algo – música, jardinagem, atuação, escrever, dançar, advocacia, medicina, engenharia de sistemas - com uma convicção diferente do ganho monetário, com paixão (não há palavra melhor) e prazer é garantia de sucesso. Disso todo mundo sabe, mas às vezes é bom ler para lembrar.

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