Ontem subimos no palco do teatro São Pedro para comemorar o
aniversário de 154 anos da velha e bem ativa casa no centro de Porto Alegre.
Como sempre acontece nesses casos, tentamos fazer alguma
coisa que fizesse desse um momento especial, então decidimos rechear o show com
alguns convidados.
Os convites foram obedecendo vários critérios que envolviam,
claro, a disponibilidade de alguns para a data, que foi escolha do teatro.
Sem muita combinação prévia, acabou se formando um grupo de
convidados que, de certa forma, representa nossas principais vertentes
criativas, influências, ou ainda a conjugação da forças que entra em conflito,
ou compactua, cada vez que nos metemos a criar música.
Um deles foi o Ney Van Soria, cantor e criador de pop songs
adesivas ao ouvido, com um pendor para o romântico bem resolvido e um leve e
bem incorporado sotaque argentino. Ele agora prepara um disco que terá a participação
de ninguém menos que o Charly García.
Outro foi o nativista Luiz Marenco, também conhecido por
@luizmarenco, que através de ritmos bem tradicionais costura letras e histórias
impressionantes, daquelas que dá vontade de ouvir de novo por dois motivos.
Primeiro pela história em si, normalmente uma grande sacada. Segundo pela
coleção de termos incompreensíveis para a imensa maioria dos que vivem fora do
universo do autor, e que nos desafia a interpretar o sentido.
O terceiro foi uma dupla de integrantes de um grupo de rock
daqui bastante conhecido dos 80 – provavelmente não vai adiantar perguntar para
pai e mãe, a não ser que eles fossem bem informados mesmo! – chamado DeFalla, o
Edu K e a Biba Meira, vocal e batera da banda. Com eles ensaiamos duas músicas
durante meia hora, um pouco antes do show. Tudo a ver com o espírito da banda
que destila espontaneidade e que se resolve ali mesmo, em cima do palco, com a
bola em jogo.
Cada convidado puxava a brasa para a sua sardinha e nós
seguíamos alegremente o convite para sua conversa particular.
Foi um belo show. Já deve ter algo no YouTube.
No final do ano tem mais.