quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aprendendo

    Uma das coisas legais que atribuo à maturidade é, paradoxalmente, renegá-la.
   
    Tenho dois filhos pequenos que às vezes me olham com aquela expressão que parece dizer: o que eu faço agora? Bom, toda a vez que, pretensioso, uso o peso da minha experiência para a resposta, invariavelmente erro. Estou ficando burro...

    Parece inescapável: quanto mais acumulamos vivência e conhecimento, mais se amplia a nossa sensação de ignorância.

    Mas a maturidade traz coisas boas, quando encarada com sabedoria, o que pode ser traduzido por uma boa dose de humildade e reconhecimento de suas limitações. 

    Sei que quando me meto a fazer alguma coisa na qual já alcancei, supostamente, a "maturidade"– como gravar um disco, por exemplo – , sou forçado a reconhecer que minhas intervenções mais calcadas na intuição quase sempre produzem os melhores resultados. Vivo, assim, me colocando na condição de um iniciante, preservando a estranheza diante de problemas que, se facilitar, conheço vinte formas diferentes de resolver, mas, confesso, já cansei da maioria. Prefiro descobrir novas soluções, mesmo que me exponha ao erro.

    Com os filhos, algo parecido: me disciplino para perseguir respostas JUNTO com eles, e não apresentar atalhos ou os meus caminhos. Assim dou um jeito de aprender mais.

Um comentário:

  1. Belíssimas colocações. Buscar novas soluções, novas respostas, outros caminhos, assim não nos acomodamos e podemos nos sentir melhor por aprender e descobrir algo novo. Sempre há a possibilidade de nos superarmos e nos desafiarmos, pois, somos capazes.

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