sexta-feira, 2 de julho de 2010

China 2


Sulistas, não estamos acostumados às feições orientais. Temos poucos descendentes de chineses, japoneses, coreanos e outras etnias de olhos amendoados por aqui.

Quando era menor, assistia a programas que diziam os orientais ser todos iguais, impossível diferenciar uma pessoa da outra. Ainda bem que mudei de canal.

Talvez por esses motivos tenha ficado fascinado em investigar aquelas faces em busca de peculiaridades que as distinguissem. Para minha surpresa, foi muito fácil. Mais que isso. Logo comecei a descobrir a harmonia particular daqueles traços.

Essa circunstância me colocou, por outro lado, diante de uma situação nova: qualquer pessoa via de longe que eu era estrangeiro, o que representava ao mesmo tempo uma vantagem e uma desvantagem. Dependendo dos lugares aonde ia, me sentia um pouco evitado, talvez pela timidez de terem que falar comigo em inglês ou outro idioma que dominassem ainda menos ou então era – literalmente – perseguido por pessoas querendo me vender alguma coisa, uma vez que para os chineses (alguém me disse isso) nós ocidentais somos todos “ricos”.

Mas uma coisa posso – e devo – afirmar com certeza: nunca faltaram faces sorridentes e prestativas para mim todos os momentos que precisei, exceto alguns motoristas de táxi que, muito seletivos, às vezes se recusavam a nos levar para o hotel. Ficávamos balançando o cartão com o nome enquanto eles seguiam em frente, sem muitas explicações. Se explicavam também, fazia pouca diferença. Queria só poder ver a minha cara enquanto falavam comigo!

Um comentário:

  1. Estou curtindo muitos teus textos sobre a tua odisseia, e de todo o Nenhum de Nós, na China.
    Sucesso sempre.

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