quinta-feira, 1 de julho de 2010

China 1


Onze ou doze horas de viagem até Paris, um rápido desembarque, mais onze ou doze até Shanghai – grafia americana, mais fiel à pronúncia. O avião tinha um recurso interessante: a tela permitia acompanhar, em animação, o percurso do avião e sua localização. Percorremos boa parte do tabuleiro do War: Aral, Dudinka e Mongólia.
Outro recurso era uma imagem de câmera, não de animação, que mostrava o terreno abaixo do avião. A maior parte do percurso mostrava nuvens, montanhas e campos. Foi para lá que corri quando a animação mostrou que sobrevoávamos a cidade. Um misto de ansiedade, afinal, já eram mais de vinte horas de voo e a vontade de antecipar a experiência. Eu era o astronauta e a China o planeta desconhecido. Sabe lá como é a China? A China!
Não tenho como ter certeza, mas acho que existe uma China dentro do imaginário de cada um de nós e desde o dia que soube que iríamos a Shanghai, tratei de alimentar a minha China com o máximo de expectativa possível, exagerando as cores. Descendo do avião, a primeira coisa que fiz foi ligar para casa: sabe que horas são aqui? É de manhã! Boa noite para vocês!
Logo, uma van nos levou até o hotel. Fui todo o trajeto com o nariz colado no vidro do veículo. Só mexia os olhos, totalmente envolvido no processo de autodeslumbramento. Cada carro, cada pedra, cada rosto, tudo me fascinava.

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