sexta-feira, 17 de abril de 2009

s.h.

super heróis não riem
caminho curvado: último dinossauro na terra. pior, com a consciência da extinção iminente. será que somos tão diferentes? gosto de imaginar que sim. olho o mundo através de um tubo inclinado para baixo: sapatos, tênis, sandálias, pontas de cigarro, chiclés pretos esmagados, uma pedra, duas, asfalto, cocô de cachorro. é tudo o que eu vejo. é o mais próximo da invulnerabilidade. tudo assume uma cor estranha, mas nova. eu atá ia rir de algum revés, se tivesse energia, porque tudo fica um pouco risível. quando tudo fica sem sentido vem a visão de raios x. só vejo o osso. não. vejo o que eu penso que é o osso. tem um prazer estranho nisso, na invisibilidade. nem os detectores eletrônicos de movimento me captam. não existe mais o medo, nenhum medo. de nada. revólver, faca, estilete, palavras, altura, fogo, afogamento, ser enterrado vivo, queimado numa pilha de pneus. tudo muito engraçado. se tivesse energia riria. mas não. super heróis não riem.

3 comentários:

  1. Muito bom o texto,Carlos!!!
    Principalmente o final..."tudo muito engraçado. se tivesse energia riria. mas não. super heróis não riem." ;).hehe

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  2. Respondendo primeiramente sua pergunta.. Não, nem somos tão diferentes. Assim como eles vieram e se foram, há de acontecer conosco também (só espero que daqui a muito tempo, hehe).
    Super-heróis não riem, pensam e agem querendo salvar o mundo, sempre... comparo-os aquelas amigos que sempre servem de base, qdo estamos caindo!

    Desejo que a cada dia tenhamos energia, não para rir, mas para ser um super-herói também!

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  3. Huuummm... Isso aqui ainda vira um livro...
    :)

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